Entranhas do Ser

Paul Cézanne, Natureza-morta com maçãs e laranjas, 1895-1900, óleo
sobre tela, 74 x 93 cm. Musée d’Orsay,

"O que tento traduzir-vos é mais misterioso, entranha-se nas próprias raízes do ser, na fonte impalpá­vel das sensações. Mas é esta sensação mesma, eu creio, que constitui o temperamento. Não é senão a força do temperamento que conduz ao objetivo que se deve atingir. Eu dizia a pouco que o cérebro, livre, do artista, deve ser como uma placa sensível, um aparelho registrador simplesmente, no momento em que ele trabalha. Mas esta placa sensível o conduz ao ponto de receptividade onde ele pode impregnar-se da imagem consciente das coisas. Um longo trabalho, a meditação, o estudo, os sofrimentos as alegrias, são preparados pela vida mesma. Uma meditação constante dos procedimentos dos mestres. E além disso o ambiente onde nos movemos habitualmente... o sol, escute-o um pouco... o acaso dos raios, o ritmo, a penetração do sol no mundo, quem pintaria isto, quem poderia narrar? Isto seria a história física a psicologia da terra. "

Paul Cézanne. Por J.Gasquet in: Conversations avec Cézanne. p.111

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